terça-feira, julho 4

A bunda, que engraçada.




A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda
redunda.


Dizem que é do Carlos Drummond de Andrade... Está bem escrita o suficiente para ser dele mesmo, mas sabe como é a internet.

sexta-feira, janeiro 20

Quando eu crescer

eu queria ser um poeta maldito
odiado pelos bons costumes
amado pela boêmia
em 5 bares e 10 conhaques
e atravesso Curitiba dormindo dentro de um táxi

e vou discutir com o destino
se eu não puder melhorar
quem vai melhorar por mim?
quem sou eu para pedir isso a Deus?
ele que cuide dos seus problemas que eu cuido dos meus

mesmo que eu fosse criado
como um cachorrolouco
e conhecesse essa cidade como
a palma da minha pica
ainda ia faltar muito para eu ser pauloleminska


(foi mal mestre Paulo... precisava rimar)